terça-feira, maio 24, 2011

Eu, você e nossa circunstância...


     Recentemente, eu comecei um texto que simplesmente não consegui terminar. O texto tinha a intenção de demonstrar como eu me sinto frustrado em não conseguir demonstrar para meus alunos o quanto a ciência é transformadora, não só na questão tecnológica e social, como também individual. Com certeza absoluta, não sei sobre ciência o tanto que eu gostaria de saber mas, na medida do que consigo, tento ter uma boa compreensão sobre a mesma em seus mais diversos aspectos. Falo isto em nome de todas as ciências, mas é claro que possuo fascínio maior pelo ramo das exatas, na qual sou formado. Falando por mim, o contato com a ciência me trouxe mais amor, tolerância, deslumbramento, humildade, responsabilidade social e menos medo da morte. Apesar de ter falado por mim sei de outros que passaram pelo mesmo e, assim como eu, não trocam isto por nada. Talvez pareça engraçado, ou mesmo sem nexo relacionar questões como amor, tolerância, humildade e etc... com ciência mas, de fato, de forma quase paradoxal, posso dizer que a ciência salvou meu “espírito”.
     Se eu já não estiver morto enquanto você lê estas minhas palavras, acredite: já sou muito feliz de dividir a mesma época e planeta com você, afinal, diante da vastidão do tempo, da imensidão do universo e das probabilidades genéticas que eram possíveis durante a fecundação que nos originou, poder agora, eu e você, ocuparmos uma mesma circunstância, um mesmo momento é algo tão esplendoroso e único, que não pretendo desperdiçar nosso tempo com vaidades e mesquinharia.
     Se você ainda não entendeu o que eu quis dizer, pense da seguinte forma: temos no momento uma média de 6 bilhões de seres humanos na terra. Pense em quantos destes você conheceu. Agora, pense em quantos você simplesmente nem teve a oportunidade de conhecer. Foram muitos, não é mesmo? Mas a conta ainda fica pior: adicione ao número de desconhecidos todos os que já morreram antes mesmo de você nascer, todos os que irão nascer após a sua morte e todos aqueles que podem ter nascido em outros planetas (sim, existe a possibilidade, mesmo que improvável). Este número assombroso e espetacular de pessoas, você infelizmente nunca vai ter a oportunidade de conhecer. O que te restou fomos nós, eu e, como você já deve ter percebido agora, aquele pequeno número de pessoas que você conhece. Sem falar ainda que cada um de nós desafiamos as mais diversas probabilidade genéticas para estar aqui, junto de ti. Somos tudo que você tem, mesmo na nossa banalidade, defeitos, vícios ou virtudes. Não há como pedir pra nascer de novo, em outra época, em outro lugar ou mesmo em outro planeta. Assim, não me interessa o quanto as pessoas ao meu redor são isto ou são aquilo... me interessa que eu lhes quero bem pois são as únicas que eu tenho.
     E, se ainda assim, você não gosta das pessoas com quem convive e gostaria que elas fossem diferentes, não se esqueça: as pessoas ao seu redor podem mudar, mas só irão mudar por ti se acharem que você é alguém que vale mesmo a pena.

3 comentários:

Nem li............ Mas lerei rs

Agora eu li, e é muito foda o texto!

Fiquei triste e ao mesmo tempo alegre com o texto

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