15/01/2015 19h51 - Atualizado em 15/01/2015 22h23

Justiça Federal determina interrupção de desmatamento no Panamby, em SP

Pedido para interrupção foi feito pelo Ministério Público Federal.
Ao lado de parque, local pode ser ocupado torres comerciais e residenciais.

Do G1 São Paulo

A Justiça Federal determinou que seja interrompido o desmatamento em área remanescente da Mata Atlântica contígua ao Parque Burle Marx, na Vila Andrade, na Zona Sul da capital paulista. O pedido para a interrupção foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF).

A decisão liminar também determina que o Ibama e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apurem o dano ambiental já ocorrido, adotando as medidas cabíveis para a reparação junto aos responsáveis pelo desmatamento.

O local, que abriga espécies raras de plantas e aves, pode dar espaço para torres comerciais e residenciais, planejadas por duas construtoras.

Por meio de nota, a Cyrela informou que está avaliando, juntamente com o proprietário do terreno, o Fundo de Investimentos Imobiliários Panamby, a viabilidade de um projeto imobiliário no local. "Nenhuma intervenção foi ou será feita no local. A companhia salienta que, mesmo sem ter feito qualquer intervenção na área, a decisão recente  do Ministério Público Federal será acatada", completou.

A assessoria de imprensa da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), por sua vez, esclareceu que a empresa não é proprietária do terreno e não realizou intervenção na área.

Segundo o MPF, uma vistoria foi realizada em setembro do ano passado por técnicos do órgão e do Ibama e foi constatado que a Camargo Côrrea causou dano ambiental fora da área licenciada.

Segundo os laudos, árvores foram derrubadas e outras estavam na iminência de cair após a escavação de valas para lesionar as raízes.

Os peritos identificaram ainda avançado processo de erosão do solo e que a vegetação rasteira, chamada de sub bosque, havia sido retirada, o que é ilegal.

No ano passado, moradores do bairro Panamby, na Zona Sul de São Paulo, iniciaram uma briga na Justiça para salvar a pequena floresta que existe em volta do Parque Burle Marx.

Se os projetos saírem mesmo papel, uma área arborizada da região deixará de existir. No local seriam construídos prédios e, de acordo com os moradores, 5.500 árvores corriam o risco de sumir. “Vai ser tudo derrubado. Em todas as árvores, existe uma etiqueta. Até as pequenas. Elas estão marcadas porque ou elas vão ser cortadas ou vão ser manejadas”, afirmou o advogado Roberto Delmanto Júnior, na época.

Essa não é a primeira briga que moradores da região compram com construtoras. Em 2003, eles conseguiram evitar o desamatamento de uma grande área, que é da Escola Nossa Senhora do Morumbi. Construtoras também queriam parte do terreno que não era usada, mas a escola desistiu de vender.

Anteriormente, a Construtora Cyrela havia confirmado que é dona da área verde que fica no Panamby e informado que nenhuma intervenção seria feita antes da conclusão dos estudos ambientais. Já a Camargo Corrêa, por sua vez, informou, na ocasião, que tem um acordo para adquirir parte do terreno e que busca alternativas para desenvolver empreendimentos que respeitem as leis ambientais.

tópicos:
Shopping
    busca de produtoscompare preços de